sábado, 1 de novembro de 2008

Palestrante critica ambientalista brasileiro


O ambientalista Dener Giovanini criticou a postura do movimento ambientalista brasileiro em sua palestra no sexto seminário do projeto Sustentabilidade: A Força do ES, que aconteceu na tarde desta sexta-feira (31), no auditório da Rede Gazeta.

Segundo Giovanini, a questão ambiental no país é marcada por uma forte visão ideológica, que endurece o discurso e acaba prejudicando a causa. “O papel do movimento ambientalista tem ficado cada dia mais enfraquecido. Com isso, o processo de desenvolvimento tem tomado um rumo muito econômico, sem se discutir as questões ambientais”, diz.

Para o palestrante, a “visão romântica” de grande parte dos ambientalistas acaba por disfarçar parte do problema. Ele se diz avesso ao uso dos ativos ambientais para promover a inclusão social. “Cadê os ecologistas quando derrubam a mata para criar assentamentos para os Sem Terra em área de vegetação? Onde estão quando os índios destroem a Amazônia ou o Pantanal? Nessa hora eles não aparecem porque pega mal ideologicamente ir contra os Sem Terra ou os índios”, critica.


Giovanini assume-se favorável a práticas muito criticadas sob o pretexto de preservar o meio ambiente. “Eu acho que é possível usar transgênico, energia nuclear, plantar eucalipto para produção de madeira se for gerar menos impacto ao meio ambiente. Quem é contra tem que dar alternativas. É preciso chegar ao meio termo que conceda o direito à sociedade de ter benefícios daquilo que os recursos naturais podem oferecer com um dano menor ao meio ambiente”, diz.

O palestrante fez uma avaliação do valor dos recursos naturais, que muitas vezes não são percebidos. Para ele, todas as respostas podem ser encontradas na natureza, que demorou milhões de anos para chegar à perfeição. “Cada vez que uma mata vai para o chão, vai ali, talvez, a possibilidade de a gente encontrar, por exemplo, a cura do câncer”, diz. Ele defende que sejam feitos estudos e investimentos para pesquisar as possibilidades da geração de recursos pelos ativos ambientais.


A abertura do sexto seminário ficou por conta do presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Gilmar Dadalto, que falou sobre os ativos ambientais capixabas e os problemas enfrentados no Estado. Depois de Dadalto, o diretor da Cepemar, Maurício Reis, definiu o conceito de ativos ambientais antes da palestra de Dener Giovanini.

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